10 perguntas que todo o homem processado na lei Maria da Penha quer saber

No combate à violência doméstica, a Lei Maria da Penha tem sido uma ferramenta crucial para a proteção das vítimas e a punição dos agressores. No entanto, é importante reconhecer que os indivíduos acusados sob essa legislação muitas vezes enfrentam uma série de dúvidas e incertezas sobre o processo legal e suas implicações. 

É fundamental lembrar que a Lei Maria da Penha foi criada com o propósito de proteger as vítimas de violência doméstica, e a sua aplicação visa assegurar a segurança e o bem-estar das mulheres em situações vulneráveis. 

Neste artigo, abordaremos as dúvidas mais recorrentes que os agressores acusados pela Lei Maria da Penha costumam ter, buscando fornecer informações claras e objetivas sobre esse delicado tema.

Esclarecer as dúvidas dos acusados pode ajudar a promover uma compreensão mais ampla do processo legal e incentivar a busca por soluções que, em última instância, visam à prevenção da violência e à reabilitação dos agressores.

1- Como funciona o processo legal? 

2- Quais são as consequências da acusação?

3- Posso me defender? 

4-  Estou sofrendo uma acusação falsa. E agora?

5- Posso manter contato com a vítima? 

6- Como provar minha inocência? 

7- Como isso afetará minha vida futura? 

8- O que fazer se for considerado culpado? 

9- O que acontece quando a acusação é falsa? 

10- Como buscar ajuda para problemas de relacionamento? 

  1. Como funciona o processo legal? 

Após a realização de uma denúncia formal para a Autoridade Policial, será iniciada uma investigação criminal, que terá como objetivo levantar provas para verificar a dinâmica dos fatos.

Concluída a investigação, as provas levantadas serão encaminhadas para o Ministério Público, que irá avaliar se é o caso, ou não, de iniciar um processo criminal. Ao longo do processo, poderão ser marcadas audiências para ouvir as partes envolvidas e suas testemunhas. Ao final, o Juiz analisará todas as evidências e decidirá qual versão dos fatos deve vingar – se a da acusação ou a da defesa. Em caso de condenação, irá aplicar uma pena, que pode incluir a prisão e multa, dependendo das circunstâncias do caso.

Em paralelo, independentemente da existência ou não de um processo criminal, a mulher vítima de violência doméstica pode solicitar medidas protetivas de urgência, que nada mais são do que medidas que obrigam o ofensor a não se aproximar da vítima, sob pena de prisão. As medidas protetivas independem da existência de um processo, e podem incluir proibição de aproximação e contato, retirada do domicílio comum e suspensão do porte e posse de arma.

É essencial consultar um advogado para obter orientações específicas, pois cada caso pode variar em complexidade e desdobramentos legais.

  1. Quais são as consequências da acusação?

Uma pessoa acusada de cometer qualquer crime em situação de violência doméstica – Lei Maria da Penha pode ter diversas consequências negativas para a sua vida.

A mais grave é o risco de prisão relacionado ao descumprimento de medida protetiva: aquele que não consegue comprovar que está obedecendo rigorosamente os limites da medida pode ter a sua prisão preventiva decretada pelo Juiz.

Para além disso, o processo criminal por si só gera o risco de condenação, que, a depender da gravidade do caso, pode levar a penas de detenção ou reclusão, bem como a aplicação de multa. Ainda, a condenação gera antecedentes criminais que afetam negativamente a vida do acusado, podendo prejudicar a contratação em novos empregos e, em alguns casos, a participação em cargos e concursos públicos.

Essas consequências variam conforme as circunstâncias do caso e as decisões judiciais, destacando a importância de consultar um advogado para orientação específica. É fundamental lembrar que a Lei Maria da Penha visa à proteção das vítimas de violência doméstica.

  1. Posso me defender? 

Sim, o acusado sob a Lei Maria da Penha tem o direito de se defender legalmente. Ele pode buscar a assistência de um advogado para representá-lo e apresentar sua versão dos fatos perante o sistema judicial. Durante o processo, o acusado terá a oportunidade de apresentar provas, testemunhas e argumentos que possam sustentar sua defesa. É importante lembrar que o direito à defesa é um princípio fundamental do sistema legal e se aplica a todos os acusados, independentemente do tipo de crime ou da legislação específica envolvida.

 Uma defesa técnica especializada e assertiva é essencial, uma vez que, nesses casos, segundo o entendimento dominante, a palavra da vítima é uma das principais provas, devendo ser combatida pela defesa com todos os meios legais possíveis.

  1. Estou sofrendo uma acusação falsa. E agora?

Infelizmente, é muito comum que algumas mulheres se utilizem indevidamente da Lei Maria da Penha. Essa situação tem se tornado cada vez mais comum quando o ex-casal vive alguma situação de disputa por patrimônio ou pela guarda dos filhos. Nesse sentido, vem aumentando o número de homens que têm contra si falsas acusações e medidas protetivas injustas para impedir o contato com os filhos.

Nesses casos, a rápida defesa especializada é imprescindível para buscar minorar danos, em especial, para buscar garantir o convívio entre pai e filho(s) sem interferências.

Em muitos casos, será necessária, além da atuação técnica do advogado especialista, a participação de peritos e assistentes sociais, para mostrar a injustiça e resguardar os direitos do acusado.

  1. Posso manter contato com a vítima? 

Em regra, quando há uma medida protetiva em vigor, o acusado pela Lei Maria da Penha é proibido de manter qualquer tipo de contato com a vítima, como parte das medidas para garantir a segurança dela. O não cumprimento dessa medida pode resultar em consequências legais adicionais, inclusive, a prisão. É importante respeitar rigorosamente as medidas protetivas e qualquer decisão judicial relacionada ao contato com a vítima, a fim de evitar problemas legais.

  1. Como provar minha inocência? 

Para provar sua inocência em um caso sob a Lei Maria da Penha, é crucial consultar um advogado especializado em direito criminal, coletar o máximo de provas e evidências que respaldam sua versão dos fatos, identificar testemunhas que possam corroborar sua defesa, preparar uma estratégia sólida com seu advogado e comparecer às audiências judiciais seguindo suas orientações. Cada caso é único e requer uma abordagem específica, mas essas são etapas essenciais para construir uma defesa eficaz.

  1. Como isso afetará minha vida futura? 

Uma acusação sob a Lei Maria da Penha pode ter várias implicações em sua vida futura, dependendo das circunstâncias e do desfecho do processo. Isso pode incluir antecedentes criminais, o que pode afetar negativamente a obtenção de emprego, a obtenção de visto para viagens internacionais e a participação em determinadas atividades. Além disso, a condenação pode resultar em penas de prisão ou medidas protetivas que limitam sua liberdade de movimento. É fundamental consultar um advogado para entender completamente as consequências específicas do seu caso e tomar as medidas adequadas para proteger seus direitos e seu futuro. 

  1. O que fazer se for considerado culpado? 

Se considerado culpado em um caso sob a Lei Maria da Penha, é crucial seguir as ordens judiciais e cumprir integralmente qualquer pena ou medidas protetivas impostas. Além disso, pode ser benéfico buscar apoio e tratamento para lidar com comportamentos agressivos ou abusivos, consultar um advogado para discutir recursos legais, como apelações, e continuar a receber orientação jurídica para compreender plenamente as implicações da condenação e tomar medidas adequadas para o seu caso específico.

  1.  O que acontece quando a acusação é falsa?

Quando a acusação sob a Lei Maria da Penha é considerada falsa, significa que as alegações feitas contra o acusado não correspondem aos fatos reais. Nesse caso, o acusado tem o direito de buscar sua defesa e provar sua inocência perante o sistema judicial. Dependendo da gravidade da falsa acusação, as consequências podem variar, incluindo a possível reversão das medidas protetivas, a absolvição do acusado e, em alguns casos, a possibilidade de a pessoa que fez a falsa acusação enfrentar penalidades legais por calúnia e denunciação caluniosa, e, em alguns casos, até mesmo por alienação parental. É fundamental que todas as partes envolvidas no processo respeitem o devido processo legal e a busca pela verdade, garantindo que as decisões judiciais sejam baseadas em evidências concretas e justas.

  1.  Como buscar ajuda para problemas de relacionamento? 

Para buscar ajuda para problemas de relacionamento, considere a terapia de casal com um profissional especializado, terapia individual para lidar com questões pessoais, participação em grupos de apoio, utilização de recursos de autoajuda, como livros e podcasts, ou até mesmo mediação familiar em casos envolvendo famílias. Consultar um líder religioso também pode ser uma opção para aconselhamento. A escolha dependerá das suas necessidades específicas e da situação do relacionamento. O importante é reconhecer a importância de buscar ajuda quando enfrentar desafios na relação. 

Posts Relacionados

+ Recentes